domingo, 29 de abril de 2012

Sagrada Ayahuasca



Ayahuasca (Cipó dos Espíritos), nome Quéchua de origem Inca desta Bebida Sagrada também conhecida como: Vinho das Almas, Vegetal, Daime, Hoasca ou Yagé. É obtida através da decocção de duas Plantas de Poder provenientes da floresta amazônica, sendo utilizadas: as fibras do cipó Jagube (Banisteriopsis Caapi) e as folhas do arbusto Chacrona (Psycotria Viridis). Utilizada há milênios por povos pré-colombianos e por pelo menos setenta e duas tribos indígenas da Amazônia. É empregada extensamente no Peru, Equador, Colômbia, Bolívia e Brasil.
Erroneamente chamada de chá, esta bebida trata-se de um tipo de vinho, que fermenta e tem o mesmo tratamento relativo à maturação do vinho de uvas. O que ocorre na utilização da Ayahuasca é uma ampliação da percepção, o que faz com que a pessoa acesse os níveis psíquicos subconscientes e outras percepções da realidade, estando sempre consciente de tudo que acontece. Os sentidos são expandidos, os processos mentais e as emoções tornam-se mais profundos. A jornada pode mover-se em muitas dimensões - o vôo da alma, a partida do espírito do corpo físico e a sensação de flutuar.
A experiência pode em algum ponto revelar visões notáveis, insights, produzir catarses, experiências positivas de renovação e renascimento. Visões arquetípicas, de Animais de Poder, de Espíritos Elementais, Divindades, cenas de vidas passadas e visões do futuro. Abrem-se os portais de outros reinos da existência. Porém nem todos recebem visões na primeira vez que experimentam a Ayahuasca.
O Jagube (Mariri = Marechal) é a energia masculina, é ele quem dá a “Força”. A Chacrona (Rainha da Floresta) é a energia feminina, é ela quem dá a “Luz”.
A Chacrona tem como princípio ativo o DMT (dimetiltriptamina) que age como o neurotransmissor responsável pelo efeito “luzente” da Ayahuasca, a expansão da consciência, a sensação de grande paz e integração com o Todo. O nosso sistema nervoso produz naturalmente uma enzima chamada de MAO (monoaminoxidase) que consegue inibir a ação do DMT em nosso organismo. Contudo, o Jagube tem como um de seus componentes o alcalóide Beta-Carbolinas, que anula a ação da MAO, o que permite a ação do DMT proveniente das folhas da Chacrona. Hoje é conhecido pela ciência o fato de nosso organismo produzir em pequena quantidade o mesmo DMT que é encontrado na Ayahuasca.
Após dezoito anos de estudos, o CONAD (Conselho Nacional Antidrogas) do Brasil, retirou a Ayahuasca da lista de substâncias alucinógenas, conforme portaria publicada no Diário Oficial da União em 10/11/2004. A ONU emitiu um parecer favorável recomendando a flexibilização das leis em todos os países do mundo no que se refere à Ayahuasca.
Uma substância que contenha DMT, para ser enquadrada como droga dentro das leis científicas atuais, precisa conter ao menos 2% de DMT, no caso da Ayahuasca este percentual é de 0,02%, ou seja: é 100 vezes menor que a taxa mínima necessária para que essa substância seja taxada como droga. Outra forma de estabelecer cientificamente o grau de toxidade de uma substância é ministrá-la em cinco cobaias em doses de 01 grama por quilo. Se a dose de até cinco gramas não causar danos fisiopatológicos, a substância é considerada inócua. Com a Ayahuasca essa marca foi ultrapassada consideravelmente, pois chegou a 5,8 gramas por quilo sem causar qualquer forma de efeito danoso.
Foram aplicados testes psiquiátricos recomendados pela ortodoxia científica, o CIDI (Composite International Diagnostic Interview), com os critérios do CID 10 e DSM IIIR, e o TPQ (Tridimensional Personality Questionnaire). Constatou-se sobre os dois grupos (dos “usuários de Ayahuasca” e de “não usuários de Ayahuasca”) que: os “usuários de Ayahuasca” mostravam-se mais reflexivos, resistentes, leais, estóicos, calmos, frugais, ordeiros, persistentes, confiantes, otimistas, desinibidos, despreocupados, dispostos e enérgicos. Exibiram também: alegria, determinação e confiança elevada em si mesmo. Desfazendo as especulações correntes de que a Ayahuasca enfraquece a memória, os testes neuropsicológicos constataram que a memória do grupo dos “usuários de Ayahuasca” teve um desempenho significativamente melhor do que a do grupo dos “não usuários de Ayahuasca”. É cientificamente constatado que os “usuários de Ayahuasca” possuem uma concentração maior de serotonina, o que justifica o maior bom humor dos ayahuasqueiros. A serotonina quando em conjunto com a concentração baixíssima de DMT vindo da Chacrona, resulta em um elevado estado de concentração mental.
Atualmente os cientistas estão pesquisando um extrato do cipó Jagube para o tratamento do mal de Parkinson e da malária. As maiores autoridades mundiais em toxicologia, etnobotânica, psiquiatria e psicofarmacologia, como os Drs. Rick Strassman e Charles Grobb, comprovaram após anos de pesquisas intensas que a Ayahuasca não é droga, não entorpece, não causa qualquer padrão de dependência, abuso, overdose ou abstinência, e que, principalmente, como resultado científico dessas pesquisas, não foi observado o surgimento de qualquer tipo que seja de distúrbios mentais posteriores ao uso da Ayahuasca. Durante estas pesquisas foi também constatada a dose letal (dl50) da Ayahuasca - ou seja: a quantidade a ser ingerida por um organismo para que ocorra o risco de óbito - e os resultados foram surpreendentes. A dose letal da Ayahuasca é de 7,8 litros, ou seja: uma pessoa precisa ingerir de uma só vez 7,8 litros de Ayahuasca para que ocorra risco de óbito. Para um trabalho de consciência ampliada de 12 horas normalmente se ingere, no máximo, 200 ml de Ayahuasca. A dose letal da Ayahuasca é muito similar à dose letal do suco de maracujá, que é de 8 litros - a da água é de 10 litros!
A Ayahuasca é um dos principais facilitadores espirituais que auxiliará a humanidade a sair do degrau do racional, do lógico, do nível cerebral beta, para galgar o degrau do psiquismo, da intuição suprema, do nível espiritual dos que andam em teta.
A finalidade de se utilizar a Ayahuasca é de despertar a consciência para o Plano Astral e, principalmente, realizar o trabalho para o autoconhecimento e a percepção de si mesmo de uma forma mais ampla, obtendo mais força para dar prosseguimento a nossa reforma íntima para a realização interior do ser. Através da utilização regular da Ayahuasca em rituais, nos purificamos e eliminamos defeitos (tais como: vícios, apegos, ódio, inveja, ciúmes, etc.), e obtemos curas físicas, mentais, emocionais e espirituais. O trabalho com a Ayahuasca é um processo que exige exame, dedicação, disciplina, perseverança e tempo para um benefício mais completo. Às vezes são necessárias várias sessões para se conseguir esse presente. Uma vez iniciado o processo da renovação e transformação, estas continuam. O grande passo no trabalho com a Ayahuasca é a assimilação dos ensinamentos espirituais e a prática na vida diária.


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